Câncer colorretal

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CÂNCER COLORRETAL

O câncer colorretal (CCR) é o tumor maligno que acomete o cólon e o reto. Esses dois segmentos formam o intestino grosso e representam 80% e 20% de sua extensão, respectivamente. O cólon é subdividido nas seguintes porções: ceco, ascendente, transverso, descendente e sigmoide. O CCR origina-se da camada mais interna do cólon e do reto, conhecida como mucosa.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) no Brasil estima, para o ano de 2016, o surgimento de 16.660 casos novos de CCR nos homens e 17.620 casos novos nas mulheres. Para os homens, é o terceiro tipo de câncer mais comum na região Sul e o segundo tipo mais comum na região Sudeste do Brasil. Para as mulheres, representa o segundo tipo de câncer mais comum nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Aproximadamente 6% dos indivíduos desenvolverão CCR ao longo de suas vidas.

É um câncer altamente curável se detectado precocemente.

Quem apresenta risco para CCR?

Ninguém sabe as causas exatas do CCR. Os especialistas frequentemente não podem explicar porque algumas pessoas desenvolvem essa doença e outras não. Entretanto, há um entendimento de que certas causas genéticas continuam a aumentar. O CCR ocorre com maior frequência em indivíduos mais velhos, tendo mais de 50 anos as pessoas diagnosticadas em 90% das vezes. Outros fatores de risco, que não somente a idade, incluem história familiar desse mesmo tumor ou outros tipos de tumores específicos em parentes mais próximos; história pessoal de doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa), pólipos ou cânceres de outros órgãos.

O CCR pode ser prevenido?

Sim. A grande maioria desses tumores provém dos pólipos, que são crescimentos benignos oriundos da mucosa colorretal. A detecção e remoção desses pólipos pela colonoscopia reduzem tanto a incidência quanto a mortalidade do CCR. Um especialista pode recomendar corretamente quando deve ser iniciado o rastreamento baseado em dados pessoais e familiares. O rastreamento tipicamente deve começar aos 50 anos (médio risco) ou mais cedo naqueles indivíduos que apresentam risco maior para CCR. Há algumas evidências de que as dietas têm um papel significativo na prevenção do CCR. Essas evidências sugerem que dietas com alto teor de fibras e baixo teor de gorduras podem ajudar a preveni-lo.

Quais são os sintomas do CCR?

Muitos tumores não causam sintomas e são descobertos durante exames de rotina ou por meio de um exame proctológico (toque retal). Os sintomas mais comuns são as alterações do hábito intestinal, como constipação ou diarreia, e sangue nas fezes. Nos tumores do reto as fezes podem também apresentar aspecto afilado. Podem estar presentes dor pélvica ou na parte mais baixa do abdome, perda de peso inexplicável ou sentimento de fraqueza contínuo. Frequentemente, dor abdominal e perda de peso indicam doença mais avançada.

Outros problemas do cólon e do reto também podem causar esses mesmos sintomas. As hemorroidas não causam câncer mas podem produzir sintomas semelhantes. Qualquer pessoa com esses sintomas deve procurar um especialista em intestino para ter um diagnóstico e tratamento precoces.

Como é realizado o diagnóstico e avaliação do CCR?

Para o câncer do reto, o exame proctológico (toque retal e retoscopia) é considerado fundamental tanto para o diagnóstico quanto para se estabelecer a estratégia de tratamento. O passo seguinte é a realização de colonoscopia com o objetivo de detectar pólipos ou outros tumores – que podem ocorrer sincronicamente no cólon ou no reto (3% dos casos de CCR) – e biopsiar a lesão suspeita que fora diagnosticada.

Para saber a extensão da doença, ou seja, se há comprometimento para fora do órgão ou à distância (metástase), são realizadas tomografias do abdome e da pelve, assim como do tórax. A coleta sanguínea de um marcador tumoral denominado Antígeno-Carcinoembrionário (CEA) também é solicitada. Quando se trata de câncer do reto, a realização da ressonância magnética da pelve é inquestionável nos dias atuais, pois determina se o tumor deve ser tratado com radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia. Com esses métodos de imagem se estabelece um estadiamento inicial para o CCR. Contudo, o estadiamento definitivo – que decide sobre a necessidade de algum tratamento pós-operatório (quimioterapia), e disponibiliza uma análise prognóstica da doença – é realizado somente após o tratamento cirúrgico que possibilita o estudo detalhado do tumor com seus linfonodos.

Como o CCR é tratado?

Para se estabelecer a cura, o tratamento cirúrgico do CCR é quase sempre realizado. A cirurgia do CCR remove o segmento intestinal onde está localizado o tumor juntamente com seus linfonodos.

No caso de câncer do reto, dependendo da sua localização – próximo ou mais distante do ânus – e estadiamento, a cirurgia pode ser realizada através do ânus ou pelo abdome (na maioria dos casos). Como mencionado acima, o câncer do reto apresenta uma particularidade muito bem estabelecida sobre radioterapia e quimioterapia, as quais poderão ser realizadas antes ou após o tratamento cirúrgico. A radioterapia quase nunca é utilizada no câncer do cólon.

A criação de colostomia ou ileostomia (colocação do intestino aberto na parede abdominal dentro de uma bolsa) depende de alguns fatores que são discutidos com o paciente previamente à cirurgia, mas é um evento realizado em um número muito pequeno de casos. Cirurgiões colorretais são treinados em cirurgia minimamente invasiva ou laparoscópica e, devem oferecer essa via de acesso aos pacientes quando a avaliação da doença permitir. Sabe-se, por meio de estudos consagrados na literatura médica, que a laparoscopia reproduz os mesmos resultados oncológicos da cirurgia convencional aberta, além de proporcionar uma recuperação mais rápida do paciente.

Quais os fatores que influenciam o prognóstico?

Sem dúvida, as melhores chances de sucesso e cura são visualizadas naqueles pacientes que durante o diagnóstico apresentam tumores confinados ao cólon ou ao reto. Essa é a única razão pela qual a detecção precoce – por meio de métodos de rastreamento, como a colonoscopia – é crucial.

O seguimento é necessário após o tratamento?

Sim e é muito importante. Mesmo quando o câncer parece ter sido completamente tratado e removido existe a possibilidade do seu retorno. Isso ocorre porque células malignas não-detectadas permanecem em algum lugar do corpo após o tratamento. Para tanto, o paciente deve ser monitorado sob intervalos pré-determinados com exame clínico, dosagem do CEA, tomografias e colonoscopia. Como rotina, o CEA deve ser coletado a cada 3 meses nos 2 primeiros anos após o tratamento. As tomografias do abdome, pelve e tórax realizadas a cada 6 meses nos 2 primeiros anos. A colonoscopia realizada após 1 ano e após, em 3 anos.

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