Câncer do ânus

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CÂNCER DO ÂNUS

O câncer anal se origina de células presentes no interior (canal anal) ou ao redor (bordas) do ânus. O tipo mais frequente de câncer anal é conhecido como carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide e ocorre em 85% dos casos. Outros tipos raros de câncer também podem acometer o ânus.

As células que estão em transformação maligna (ditas pré-malignas), ou seja, que ainda não invadiram profundamente a pele da borda do ânus ou do canal anal, são chamadas de “Neoplasia Intraepitelial”. Como essa condição é provavelmente precursora do câncer, deve ser tratada de modo distinto do câncer anal. Um cirurgião colorretal ou coloproctologista pode ajudar a definir tais diferenças.

O câncer do ânus é comum?

Estimativas para esse tipo de câncer no Brasil não estão disponíveis, mas é um câncer raro que representa aproximadamente 2 a 3% de todos os tumores do intestino grosso.

Quais são os fatores de risco para o câncer do ânus?

O câncer anal está comumente associado à infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). O HPV pode formar verrugas ao redor e dentro do ânus ou nos genitais tanto de homens quanto de mulheres. Contudo, mesmo na ausência das verrugas, o câncer anal pode se desenvolver. A história de outros cânceres relacionados à infecção pelo HPV, como o câncer do colo uterino, representa um risco aumentado para o câncer anal.

Outros fatores de risco incluem: idade acima de 55 anos; prática de intercurso anal; doenças sexualmente transmissíveis; múltiplos parceiros sexuais; tabagismo; situações de imunossupressão (pacientes em quimioterapia, transplantados e portadores do HIV); inflamações locais crônicas (fístulas anais de longa duração ou feridas abertas da região anal) e irradiação pélvica.

O câncer do ânus pode ser prevenido?

Poucos cânceres podem ser totalmente prevenidos, mas o risco de se desenvolver câncer anal pode ser diminuído pela anulação dos fatores de risco listados acima e pela realização de check-ups regulares. A utilização de preservativos pode reduzir, mas não elimina o risco de infecção pelo HPV. As vacinas contra o HPV têm mostrado potencial para diminuir o desenvolvimento do câncer anal em ambos os sexos.

Os indivíduos que estão sob risco aumentado para câncer do ânus deveriam conversar com seus médicos sobre rastreamento do câncer anal (com testes parecidos com o exame de Papanicolau nas mulheres para rastreamento do câncer de colo uterino). Detecção precoce e tratamento de áreas pré-malignas no ânus podem prevenir o desenvolvimento do câncer anal.

Quais os sintomas do câncer do ânus?

Muitos casos de câncer anal podem ser detectados precocemente pois se desenvolvem em localizações de fácil acesso e alcance ao exame proctológico (exame do ânus). O câncer anal pode apresentar os seguintes sintomas: sangramento anal ou retal; massa ou nódulo na abertura do ânus; dor ou prurido (coceira) persistentes ou recorrentes na região do ânus; alteração do hábito intestinal ou aumento do esforço para evacuar; afilamento das fezes; perda de muco ou secreção purulenta pelo ânus e aumento de gânglios (linfonodos) nas regiões inguinais (virilhas).

Esses sintomas também podem ser causados por outras condições menos sérias e benignas, mas não se deve assumir essa possibilidade sem que uma avaliação especializada seja realizada. Se você apresenta qualquer um dos sintomas citados, procure um coloproctologista.

Como o câncer do ânus é diagnosticado?

O câncer anal é facilmente encontrado no exame proctológico quando realizado devido à presença dos sintomas acima, mas também pode ser encontrado incidentalmente em exames físicos anuais (toque retal para rastreamento do câncer da próstata, exame pélvico ginecológico) ou em outros exames de rastreamento como alguns que são recomendados para prevenção e diagnóstico do câncer colorretal. A anuscopia – exame do ânus por meio de um tubo rígido acoplado a uma fonte luz – deve ser realizada na suspeita de achados anormais. Se uma área anormal é identificada na borda ou no canal anal, realiza-se biópsias para se determinar o diagnóstico. Se o câncer anal é confirmado, exames adicionais são recomendados para se determinar a extensão da doença.

Como é o tratamento do câncer do ânus?

O tratamento da maioria dos casos de câncer anal é muito efetivo em promover a cura. Há 3 tipos básicos de tratamento usados para o câncer anal: radioterapia, quimioterapia e cirurgia.

A combinação de radioterapia e quimioterapia é considerada atualmente o tratamento padrão para a maioria desses cânceres. Ocasionalmente, um tumor muito pequeno ou precoce pode ser removido cirurgicamente (excisão local) sem a necessidade de tratamentos complementares. Por outro lado, em alguns raros cenários, cirurgias maiores são necessárias para a remoção do câncer anal e pode requerer a criação de uma colostomia (intestino é colocado na pele da parede abdominal dentro uma bolsa).

Quando é necessária uma colostomia?

A maioria dos pacientes tratados com câncer anal não vai precisar de colostomia. Entretanto, se o tumor não responde completamente à radioterapia e quimioterapia, ou se o tumor recorre após o tratamento, ou se é um tipo incomum e mais agressivo de câncer anal, o reto e o ânus devem ser removidos com a criação de uma colostomia permanente.

O que acontece após o tratamento do câncer do ânus?

A maioria dos cânceres anais é curada pela combinação de radioterapia e quimioterapia e alguns cânceres que recorrem após o tratamento podem ser efetivamente tratados por cirurgia desde que detectados precocemente. O seguimento em intervalos regulares com exame proctológico cuidadoso por um coloproctologista é essencial para se avaliar os resultados do tratamento bem como para detectar recorrências. Exames adicionais podem ser necessários.

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