A colecistolitíase é a presença de cálculos (pedras) dentro da vesícula biliar. A vesícula biliar (VB) é uma estrutura saculiforme...
Dor anal
DOR ANAL
É um sintoma que pode ocorrer antes, durante ou após as evacuações e que varia de intensidade, podendo alcançar níveis tão significativos que prejudicam enormemente ou impedem a realização de atividades cotidianas.
As causas são variadas e mais comumente benignas. Importante ressaltar que sua persistência por mais de 24-48 horas exige avaliação especializada (um médico coloproctologista).
Quando associada à febre, a urgência na avaliação é fundamental.
Causas mais comuns
– Trombose Hemorroidária Externa: é um coágulo de sangue que se forma embaixo da pele ao redor do ânus em forma de uma “bola” de coloração roxa. Esse processo pode piorar nas primeiras 48 horas após o seu surgimento, mas diminui gradualmente à medida que os dias passam. Pode ocorrer sangramento quando ocorre a abertura espontânea da pele que recobre o coágulo. O tratamento envolve a remoção do coágulo ou da hemorroida trombosada, bem como medidas de suporte clínico, como banhos de assento com água morna, analgésicos e anti-inflamatórios não-hormonais, além de facilitadores da evacuação. A remoção do coágulo (Trombectomia) é um procedimento rápido e bem tolerado que pode ser realizado no consultório com anestesia local. Essa opção geralmente é realizada nas primeiras 48 horas de evolução.
– Fissura Anal: é uma ferida (rasgadura) de formato oval na entrada do ânus. A característica principal é a dor durante e após cada evacuação. O sangramento é bastante frequente. É uma patologia bastante comum e frequentemente confundida com Hemorroidas. O tratamento é baseado em ações que diminuam o traumatismo durante as evacuações como fibras e líquidos que têm a capacidade de tornarem as fezes mais macias e formadas, além de banhos de assento mornos várias vezes ao dia. Existem tratamentos tópicos por meio de cremes específicos que são manipulados e usados normalmente 3x ao dia. Quando ocorre o insucesso do tratamento clínico, recorre-se à cirurgia (Fissurectomia). Esse tratamento costuma ser mais indicado nos casos onde a fissura exibe sinais de cronicidade (dor há mais de 60 dias).
– Abscesso e Fístula: Abscesso anal é uma cavidade preenchida com pus ao redor do ânus ou no reto. Fistula anal é um trajeto formado embaixo da pele ao redor do ânus que se comunica com uma glândula entupida localizada na região interna do ânus (canal anal). O abscesso e a fístula são patologias que comumente estão associadas. O tratamento do abscesso, na grande maioria das vezes, consiste na drenagem cirúrgica. A cirurgia também é o tratamento padrão da fístula anal (Fistulectomia) e, em alguns casos, devido à sua complexidade, pode ser necessário mais de uma abordagem (Fistulectomia em 2 tempos).
– Infecções Fúngicas ou Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs): pacientes com infecções causadas por fungos ou por doenças de transmissão sexual podem experimentar dor anal ou perianal de graus variados, podendo ser intensa em porcentagem considerável, e não associada às evacuações. As DSTs incluem Gonorreia, Clamídia, Herpes e Sífilis com maior frequência. Além da dor, os pacientes podem apresentar queixas de sangramento e secreção purulenta nas fezes e prurido (coceira). O tratamento inclui o uso de antibióticos ou antifúngicos, administrados topicamente ou pela via oral.
– Condições Dermatológicas: algumas desordens dermatológicas que ocorrem em outras partes do corpo podem também ocorrer na pele ao redor do ânus. Prurido (coceira) e sangramento podem sem sintomas e sinais que pioram e melhoram espontaneamente de forma recorrente. Nesses casos, o diagnóstico precoce é importante para o início do tratamento apropriado. Em alguns casos, a pele pode ser biopsiada para que se estabeleça o diagnóstico e tratamento.
– Câncer: embora a maioria dos casos de dor anal seja de origem benigna, tumores podem causar dor progressiva ao longo do tempo, além de sangramento e alterações do hábito intestinal. Qualquer dor ou sangramento anais que não se resolvem e pioram progressivamente, devem ser avaliados por um especialista. O tratamento do câncer anal normalmente envolve radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia. As lesões suspeitas são inicialmente avaliadas por meio de uma anuscopia e submetidas a biópsias. Nos casos onde a dor prevalece, o exame e as biópsias podem ser realizados no centro cirúrgico mediante sedação.