Fissura anal

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FISSURA ANAL

Fissura anal é uma pequena ferida localizada no ânus que causa dor e sangramento vivo durante as evacuações. As fissuras são comuns na população geral, mas frequentemente confundidas com outras condições anais, como as hemorroidas.

Quais são os sintomas da fissura anal?

Tipicamente a fissura anal causa uma dor pontual durante as evacuações, mas que pode persistir por algumas horas. Os pacientes podem relatar também a presença de sangramento vermelho vivo às evacuações, mas sem dúvida o sintoma predominante é a dor. Muitos acabam evitando ou postergando as evacuações devido ao medo de sentirem dor.

O que causa a fissura anal?

Normalmente a fissura é ocasionada por um trauma no canal anal que decorre da passagem de fezes endurecidas causando o estiramento no ânus, causando uma “rasgadura”. Outras situações que causem estiramento do ânus podem também ser responsáveis pelo aparecimento das fissuras. Além da constipação com fezes endurecidas, o cenário de diarreia crônica também pode produzir fissuras no ânus. Pacientes que apresentam tônus esfincteriano aumentado (músculo esfíncter anal mais apertado) são mais susceptíveis ao desenvolvimento das fissuras. Outras causas menos comuns de fissura anal são a doença de Crohn (condição inflamatória intestinal), certas infecções anais e tumores.

As fissuras podem ser agudas (início recente) e crônicas (com mais de 60 dias). Estas últimas são mais difíceis de tratar e podem ser acompanhadas de uma pele por fora do ânus (plicoma sentinela) e um tecido extra que fica internamente no ânus (papila hipertrófica).

Qual o tratamento da fissura anal?

A maioria dos casos não requer cirurgia. O tratamento mais comum consiste em promover a formação de fezes formadas e macias por meio de dietas ricas em fibras (vegetais, cereais e frutas) e líquidos (pelo menos 2 litros ao dia). Banhos de assento com água morna por 10 minutos várias vezes ao dia (especialmente após as evacuações) podem trazer alívio local e promover o relaxamento do esfíncter anal, o que ajuda no processo de cicatrização. Algumas medicações de uso tópico (pomadas) devem ser prescritas e manipuladas com o objetivo de relaxar o esfíncter anal, comumente o Dinitrato de isossorbida e o Diltiazem). Algumas medicações para dor como derivados da morfina devem ser evitadas, pois podem piorar o quadro de constipação intestinal. O uso supervisionado de anti-inflamatórios não-hormonais representa uma medida bastante efetiva para o controle da dor. As fissuras crônicas são mais difíceis de serem conduzidas clinicamente e têm indicação mais frequente de tratamento cirúrgico (Fissurectomia).

A fissura anal pode recorrer?

Sim. Por isso é muito importante a manutenção de um hábito intestinal regular com a presença de fezes formadas e macias no sentido de se evitar o trauma repetido sobre o ânus durante as evacuações. Outras situações que causam trauma no ânus devem ser abolidas.

O que deve ser feito se a fissura não cicatrizar?

A fissura que não melhora com medidas dietéticas e medicamentosas deve ser reavaliada. A persistência de fezes endurecidas ou de diarreia, bem como o espasmo do esfíncter anal, contribuem para uma cicatrização demorada. Outras condições devem ser consideradas na ausência de melhora da dor, como doença de Crohn, infecções e tumores anais. Os pacientes devem ser examinados para que estas possibilidades sejam afastadas. Uma colonoscopia ou exame na sala de cirurgia sob sedação podem ser necessários.

Como é o tratamento cirúrgico da fissura anal?

O tratamento cirúrgico consiste na retirada da fissura, ou seja, resseca-se aquela ferida doente (Fissurectomia) deixando-se no lugar uma ferida cirúrgica sadia que cicatrizará espontaneamente. Em alguns casos, onde detecta-se a presença de uma clara hipertonia do esfíncter anal (músculo apertado), a fissurectomia é complementada com a secção de pequena parte desse esfíncter (Esfincterotomia lateral interna) promovendo assim o relaxamento desse músculo com a consequente cicatrização da fissura.

Qual o tempo de recuperação após a cirurgia?

É importante ressaltar que a completa cicatrização tanto para o tratamento clínico quanto para o cirúrgico ocorre em torno de 6 a 10 semanas. A maioria dos pacientes estará apta a retornar às suas atividades em poucos dias.

As fissuras podem levar ao câncer colorretal?

Não. Entretanto, sintomas persistentes necessitam de avaliação cuidadosa uma vez que outras doenças anorretais podem causar sintomas semelhantes aos da fissura anal. A colonoscopia pode ser sugerida pelo coloproctologista para a exclusão de outras causas de sangramento, por exemplo, mesmo que a fissura esteja cicatrizada, dependendo de alguns critérios como idade do paciente e/ou outros fatores de risco para câncer colorretal

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